Escritores amam backstory mais do
que a história principal. Em poucas palavras, a história principal conta o que
e como. Backstory conta o porquê.
A jornada do personagem só está completa
com backstory. Se for bem feita, backstory dá complexidade à história.
Se mal feita, ela deixa o leitor confuso e irritado.
Existem diversas técnicas para o uso de backstory:
Flashbacks
É a técnica mais conhecida de dramatização
de cenas do passado. O autor precisa ter cuidado ao usar essa técnica, pois ela
pode atrapalhar a fluidez da narrativa. O ideal é utilizá-la mais para o fim da
história, quando o leitor já está familiarizado com a trama. Use a técnica de "mostre,
não conte" para que o flashback não seja uma simples explicação dos
acontecimentos. Dê peso aos flashbacks dramatizando as cenas.
Prólogos
Há dois tipos de prólogos: o que adianta parte de uma cena que será desenvolvida mais adiante na narrativa, e o que
serve de gancho para o clima da narrativa, nesse caso, ele se parece com o
flashback. Tenha critério ao começar a história com o prólogo. Nunca despeje
informações para explicar ao leitor o que virá a seguir. É importante dramatizar
sempre.
Dual Time
(Linhas duplas de tempo)
A história é dividida em duas linhas de
tempo. Backstory é entremeada na história principal em capítulos
alternados. A vantagem dessa técnica é que o autor pode dramatizar a backstory
de forma completa. Ela dá à narrativa camadas de complexidade. Para usar
essa técnica, o autor precisa desenvolver as duas histórias de forma a manter o
interesse do leitor em ambas as narrativas.
Ao considerar as diferentes técnicas de
backstory, o autor precisa pesar as vantagens e desvantagens de cada uma. Por
isso, ele deve ser leitor voraz, examinando as técnicas usadas pelos colegas de
ofício e escolhendo as que mais se adequam à sua história.
Depois de ler muitos romances com a técnica
dual time, decidi que chegou minha hora de usá-la em Mar Revolto. Foi uma
experiência maravilhosa e desafiadora.